28.11.07

Países lusófonos intensificam cooperação para combater seca extrema

Entidades de vários países lusófonos defenderam, em São Paulo (Brasil), a necessidade de cooperarem no combate à seca extrema, um dos principais problemas que se regista em diferentes regiões do globo.



O encontro "Água para Todos" reuniu representantes do Brasil, Portugal, Cabo Verde, Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe, que apresentaram as diferentes experiências adoptadas actualmente no combate à seca." Essa troca de experiências permitirá o lançamento de pontes para projectos de cooperação, uma forma de tomar contacto com diferentes realidades em relação a um tema comum", disse um dos organizadores do encontro.

Falando da experiência de Cabo Verde, o presidente do Instituto Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos (INGRH), António Pedro Borges, realçou que a escassez de água é "um dos grandes desafios" do arquipélago, nos próximos anos. "Actualmente, grande parte do abastecimento é garantido por meio das águas subterrâneas que já começam a apresentar os seus limites", afirmou. Uma das poucas soluções encontradas pelo INGRH foi aumentar os investimentos para duplicar até 2010 o volume actual da dessalinização da água do mar. "Não há outra hipótese, uma vez que estamos a registar um grande aumento do consumo de água em Cabo verde, nomeadamente por causa do aumento dos investimentos da indústria hoteleira", disse Pedro Borges. Actualmente, a dessalinização é responsável por 75 por cento do abastecimento da Cidade da Praia e de 100 por cento da ilha de São Vicente."

Apesar do quadro dramático, Cabo Verde tem 85 por cento de cobertura de água potável, o que representa um dos maiores índices da África", afirmou o responsável. O encontro "Água para Todos" insere-se no VII Simpósio de Hidráulica e Recursos Hídricos dos Países de Língua Portuguesa (SILUSBA), promovido pela Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH) e pela congénere portuguesa, a APRH. Criados inicialmente em 1986 com o objectivo de discutir políticas luso-brasileiras de recursos hídricos, esses encontros periódicos foram alargados, a partir de 1994, com a inclusão dos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP).

Fonte: LUSA

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