A Organização das Nações Unidas para  Agricultura e Alimentação (FAO) regista desde 2006, na província do Huambo,  um atraso no reconhecimento de títulos de direito consuetudinário de 27  comunidades, com as respectivas terras já delimitadas.
A representante da FAO no Huambo, Alice  Tempel Costa, revelou que, durante o processo que decorre nos municípios do  Huambo, Caála, Longonjo e Ekunha, registaram-se apenas dois casos de  conflitos de terras entre as comunidades e fazendeiros.
Tempel Costa assegurou que foi delimitada desde o início do  projecto uma área de um milhão, 24 mil e 958 hectares, onde estão implantadas  as 27 comunidades e habitam mais de cinco mil 850 famílias.
        Alice Tempel Costa acrescentou que os processos foram encaminhados à  Direcção Provincial de Urbanismo e Ambiente (DPUA). Aguarda-se o título de  reconhecimento de direito consuetudinário, para permitir o desenvolvimento  social e económico das respectivas comunidades, precisou.
        “O reconhecimento do título do direito consuetudinário vai permitir que as  comunidades, de forma organizada, recorram às instituições bancárias para  terem acesso a créditos e desenvolvam as suas actividades, quer da agricultura,  comércio e outras acções que contribuam para o desenvolvimento”, sublinhou.
     A responsável referiu ainda que, desde o início do projecto de delimitação de  terra nas províncias do Huambo, Benguela e Huíla, em 2006, a sua instituição  disponibilizou mais de três milhões de dólares norte-americanos para a sua  implementação, desde a formação até outras acções que concorrem para o seu  êxito.
      Alice Tempel Costa revelou que a sua instituição já formou dez  técnicos  especializados em delimitações de terras distribuídos nas três províncias que  estão a beneficiar do projecto da FAO, um programa que está a registar mais  êxito na província da Huíla, onde já se reconheceram muitos títulos de direito  consuetudinário das comunidades.
      Um curso desenvolvido pela FAO no Huambo dotou os especialistas de  conhecimentos básicos e reforçou competências dentro dos quadros da  instituição ligados à gestão e à posse da terra, bem como às técnicas de  diagnóstico rural participativo e outros.
      Iniciado em Agosto de 2006, o programa, que está a ser financiado pela  União Europeia, deve terminar no próximo ano e visa capacitar os técnicos ao  nível das províncias e municípios na gestão de terras e na divulgação da suas  respectivas leis.
       Na província do Huambo, os projectos estão a ser implementados nos  municípios do Bailundo, Ekunha, Caála e Longonjo e na Huíla na Cacula,  Caconda, Caluquembe e Quilengues, enquanto em Benguela nas localidades  de Balombo, Bocoio, Caimbambo, Cubal e Ganda.
FONTE: ANGOP