6.12.08

Países em Desenvolvimento: FAO pede melhor uso de agricultura e floresta para combater alterações do clima

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) instou os países em desenvolvimento para que invistam numa melhor utilização da agricultura e das florestas para combater as alterações climáticas.

"A agricultura e o desflorestamento contribuem de forma importante para as alterações climáticas mas, ao mesmo tempo, os agricultores e os utilizadores das florestas podem transformar-se em figuras-chave na redução das emissões de gases com efeito de estufa", afirmou, em comunicado, Alexander Müller, director-geral adjunto da FAO.

O responsável apelou à criação de mecanismos de financiamento que permitam "libertar o potencial da agricultura e da silvicultura para diminuir o fenómeno climático". Esses mecanismos devem dar "prioridade a medidas de redução de emissões mas também beneficiar a segurança alimentar e energética, a redução da pobreza e o uso sustentável dos recursos naturais", precisou.

Segundo a FAO, as emissões de gases com efeito de estufa da silvicultura e a agricultura contribuem actualmente em cerca de 30 por cento do total anual de emissões poluentes (desflorestação e degradação das áreas florestais com 17,4 por cento e a agricultura com 13,5 por cento).

Por sua parte, a agricultura é responsável por 50 por cento das emissões de metano (pecuária e cultivo do arroz) e mais de 75 por cento do óxido nitroso (em grande parte devido a aplicação de adubos) emitidos anualmente pela actividade humana.O director-geral adjunto da FAO lembrou que 40 por cento da biomassa terrestre é gerida directa ou indirectamente por agricultores, criadores de gado ou silvicultores.

"A comunidade internacional só poderá vencer a batalha global contra a mudança climática se conseguir mobilizar o potencial destes usuários da terra para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e para reter carbono no solo e nas plantas", frisou.

A utilização de variedades agrícolas mais eficazes, um melhor controlo dos incêndios florestais e uma melhor gestão dos recursos naturais foram algumas das medidas propostas por Alexander Müller.

Fonte: Lusa