29.8.08

Expo 2008: Escolas de língua portuguesa preparam conferência internacional de Educação Ambiental de 2010


Representantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reúnem-se em Outubro, em Lisboa, para elaborra princípios comuns de educação ambiental, numa discussão preparatória da Conferência Internacional Infanto-juvenil, a realizar no Brasil, em 2010.

"Será uma oficina de quatro dias sobre a conferência, em que será construído um texto colectivo para as escolas de língua portuguesa", disse à Lusa Rachel Trajber, coordenadora da Conferência Internacional Infanto-Juvenil para o Meio Ambiente.

A responsável, que é simultaneamente a coordenadora-geral de Educação Ambiental do Ministério da Educação brasileiro, participou, no início deste mês, numa conferência no pavilhão das Nações Unidas da Exposição Internacional de Saragoça, Espanha.

Raquel Trajber expôs o modelo brasileiro de educação ambiental, que pretende ser "sistémico", ou seja, transversal às "matérias e ao projecto pedagógico das escolas".

"A educação ambiental não é disciplina, inclusivamente por lei, no Brasil", esclareceu. Os alunos entre 11 e 15 anos organizam-se em comissões de meio ambiente e qualidade de vida, um modelo que existe igualmente nas comunidades fora da escola.

O objectivo é "fomentar a democracia participativa e mudar a função social da escola", abandonando fórmulas clássicas de educação ambiental baseadas nas comemorações de efemérides como o Dia da Água ou da Árvore, acrescentou. Raquel

Trajber garantiu que em quatro anos podem ser medidos os resultados desta abordagem pela multiplicação de hortas e jardins nas escolas, cultivados pelos alunos, bem como no aumento da reciclagem do lixo.

O Brasil organizou duas conferências nacionais infanto-juvenis para o meio ambiente, em 2003 e 2005, em que participaram 21 mil escolas e 7,5 milhões de pessoas. Antes da conferência internacional em 2010, sob o lema "Cuidemos do Planeta", realiza-se a terceira conferência nacional, em Abril de 2009, em Brasília.

A Expo2008 decorre até 14 de Setembro num recinto de 25 hectares junto ao Rio Ebro, contando com a participação de 105 países. "Água e Desenvolvimento Sustentável" é o tema da mostra.

O pavilhão de Portugal aborda a relação hídrica com Espanha e os rios transfronteiriços, Tejo, Douro e Guadiana, que são simultaneamente as mais importantes bacias hidrográficas nacionais.

Fonte: Lusa

Foto: RVS

27.8.08

Brasil prevê leiloar quatro milhões de hectares de florestas amazónicas em 2009

O Brasil prevê leiloar em hasta pública quatro milhões de hectares de florestas amazónicas em 2009, para que sejam administradas de modo "sustentável" por empresas privadas, como parte de um plano que pretende preservar da destruição áreas públicas.


O chamado Plano de Concessões de 2009 prevê, além disso, gerar 700 milhões de reais para a chamada economia florestal sustentável e arrecadar 120 milhões de reais para organismos públicos de protecção, revelou o Ministério do Meio Ambiente.

Estas metas integram o Plano para 2009 do Serviço Florestal, cujos detalhes definitivos foram divulgados hoje, depois das suas linhas gerais terem sido submetidas a consultas públicas nas últimas semanas, em sete cidades amazónicas e em que participaram 320 pessoas.
O Plano inclui a exploração de áreas de preservação florestal nos Estados de Roraima, Amazonas, Pará, Acre e Rondónia.

A área foi definida a partir do registo nacional de florestas públicas, que soma 210 milhões de hectares, dos quais 198 milhões de hectares se encontram em áreas federais.

Desse total, foram excluídas as terras dos indígenas, as áreas de protecção integral e as de uso comunitário, o que totalizou uma área de 42,8 milhões de hectares legalmente aptos para concessões.

De todo este território, chegou-se a 12 milhões de hectares depois de analisar quais teriam "potencial de exploração florestal sustentável", onde haveria condições para obter licenças ambientais e, principalmente, que estivessem em áreas prioritárias para projectos de conservação e desenvolvimento social, segundo o governo.

A cifra final representa seis por cento do total de florestas públicas federais e a meta do serviço Florestal é a de que, em finais de 2009, já estejam quatro milhões de hectares em processo de concessão.

«A ideia é diminuir a ilegalidade do sector madeireiro e oferecer ao mercado alternativas para a produção sustentável», afirmou o director do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo.
«A concessão florestal e a promoção da administração florestal comunitária são as melhores opções», acrescentou.

As unidades de administração poderão ser "pequenas" (com uma área inferior a vinte mil hectares, para atender a pequenos produtores), médias (entre vinte mil e quarenta mil hectares para investimentos de dimensão média) e maiores (com mais de quarenta mil hectares, para grandes investimentos).

Ainda este ano, o organismo oficial tentará terminar o leilão de cinquenta por cento dos 429 mil hectares da Floresta Nacional de Saracá-Taquera, no Estado do Pará, com potencial de madeira e de minerais.


Notícia: Agência Lusa

Foto: RVS